O mês de março por caracterizado por representar o final da estação chuvosa, uma vez, que na média, a taxa de precipitação sofre redução em relação aos meses de verão, porém não representa ausência de chuvas ou o início da estação seca. Além disso, março é conhecido pela extensão das chuvas no Brasil Central, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
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— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) March 1, 2021
O mês de março geralmente se mostra como um período de temperaturas mais amenas, sem valores extremos para mínimas e máximas. Em relação à precipitação, comumente se observa uma redução das chuvas, mas longe de representar um padrão seco. pic.twitter.com/pZxXhHuvn4
Pelos mapas de climatologia, segundo o histórico das estações do Inmet, as chuvas continuam volumosas nos Centro-Norte do país, com redução em parte do Centro-Oeste, Sudeste e Região Sul. Em relação às temperaturas, neste mês, não se registram condições extremas, com uma maior probabilidade de sensação térmica mais agradável.
Mas será que para este ano, as chuvas vão continuar a se espalhar pelo país? Há possibilidade de ondas de calor? Quais os principais fatores influentes? Discutimos a seguir.
O fenômeno La Niña apesar do enfraquecimento, ainda exerce influência na atmosfera, porém não deve ser o fator principal no intervalo de 30 dias. As oscilações Antártica (AAO), ou Modo Anular Sul (SAM), e de Madden-Julian (MJO) e a temperatura da superfície do Atlântico Sul acabam sendo mais influentes.
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O índice Oscilação Antártica (AAO) traz um tendência negativa considerável para os próximos dias e boa parte de março. Isso, representa que os sistemas transientes manterão um aporte de umidade frequentes no decorrer do mês. pic.twitter.com/B7Z1LpvXZW
Começando com a comportamento da AAO, nota-se que há uma forte tendência negativa sendo projetada para os próximos dias, o que resulta, para esta época do ano, em um aumento das chuvas na porção central do país, uma vez que sistemas transientes de precipitação conseguem atingir com maior facilidade. Assim, nos próximos 15 dias se espera uma manutenção das chuvas entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
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Oscilação de Madden-Julian (MJO) para os modelos CFSv2 e ECMWF trazem um cenário bastante favorável às chuvas no Centro-Norte do país, com a possibilidade de atuar nas fases 8 e 1. pic.twitter.com/vX9INVR8k8
Além da AAO, a MJO nos proporciona noções se há condições favoráveis ou não de precipitação no Centro-Norte do país e se há probabilidade para eventos de convergência de umidade. As projeções, tanto do modelo CFSv2 quanto do modelo ECMWF, mostram que a oscilação pode atuar nas fases 8 e 1, que são bastante favoráveis à ocorrência de chuvas no Centro-Norte e, consequentemente, para a formação de zonas de convergência.
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As água mais aquecidas no centro-sul do Atlântico Sul am a ideia de que os sistema transientes de precipitação devem atuar por mais tempo na altura da Região Sudeste, proporcionando condições mais favoráveis de chuva para boa parte do país. pic.twitter.com/Ep2sEW25ts
Em relação às águas do Atlântico Sul, o padrão mais aquecido no centro-sul favorece a maior permanência de sistemas transientes entre as regiões Sul e Sudeste. Assim, em resumo, as condições para o mês de março são bastante favoráveis às chuvas, sem um fator forte que as retire ou inibe.
Os mapas a seguir correspondem ao que o modelo CFSv2 projeta em relação às anomalias de precipitação de temperatura para o mês de março. Em vista do que foi discutido anteriormente sobre as influências dos principais fatores climáticos, a distribuição das anomalias de precipitação apresentada pelo modelo americano mostra um padrão coerente, com chuvas mais concentradas entre as regiões de Sul, Centro-Oeste e Sudeste, além de volumes mais expressivos na Região Norte.
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Modelo CFSv2 mostra que as chuvas vão se manter frequentes, principalmente entre as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste. As temperaturas ficam um pouco acima da média, mas nada que caracterize algum evento extremo. pic.twitter.com/3LKuPv9f5q
Quanto às temperaturas, não dão indícios para um período extremamente quente, mas sim, acima do esperado por conta da maior atuação do sistemas transientes entre o norte da Região Sul, estado de São Paulo e o Mato Grosso do Sul, favorecendo maior tempo de atuação de escoamentos de norte e, consequentemente, promovendo o aumento das temperaturas. De qualquer forma está descartada a ocorrência de ondas de calor ao longo do mês de março.