Logo no primeiro dia de Abril, previsões indicam que uma massa de ar frio avançará pela América do Sul, fazendo as temperaturas caírem bruscamente na Argentina, Paraguai, Bolívia, Uruguai e alguns estados do Brasil como Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
O fato é que ao longo do outono, que se iniciou no dia 20 de março, espera-se uma série de mudanças climáticas no Brasil que incluem:
Mas será que este outono será característico, ou será que o clima em Abril vai desviar do normal? Vamos analisar as previsões e descobrir juntos.
A Oscilação Antártica (AAO) é um índice capaz de traçar panoramas climáticos para o centro-sul do país. Uma das particularidades do fenômeno é que tendências e/ou valores negativos favorecem a atuação de sistemas como frente frias no sul do país.
É possível perceber, no entanto, que a tendência do índice AAO é de se manter predominantemente positivo ao longo da primeira quinzena do mês. Na prática, isso se reflete numa agem menos frequente de frentes frias e, portanto, numa entrada menos frequente de massas de ar frio.
Esse comportamento pode ser observado também nos mapas de anomalia dos modelos climáticos, como o europeu ECMWF, que é nosso modelo de confiança.
É possível notar uma tendência, logo na primeira semana do mês, de chuvas acima da média em toda a região Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul, o que sinaliza a formação e avanço de sistemas chuvosos como ciclones e frentes frias.
No entanto, logo na segunda semana, o clima tende a mudar nesta mesma região para chuvas abaixo da média, como pode ser visto no mapa da direita. Isso reflete as condições de AAO, onde frentes frias atuarão com frequência menor e, portanto, teremos períodos longos sem a agem destes sistemas.
Ainda assim, essa massa de ar frio polar que avançará logo na primeira semana do mês trará uma queda expressiva das temperaturas para a região Sul e para parte do Mato Grosso do Sul e de São Paulo, que podem seguir registrando temperaturas mais baixas que o normal ao longo do mês.
Em outras palavras, embora o avanço de massas de ar frio ainda não seja frequente, elas podem ter intensidade o suficiente para fazer as temperaturas permanecerem abaixo da média no centro-sul do Brasil durante várias semanas. Há inclusive o risco de geadas pontuais nas regiões serranas do Sul.
Este mesmo comportamento se reflete de maneira similar na segunda quinzena do mês também. Portanto, tudo indica que ainda vai demorar para que massas de ar frio consigam avançar pelo país de uma maneira mais abrangente, fazendo as temperaturas caírem de maneira acentuada em outros estados que não sejam da Região Sul.