Para a maioria de nós, o uso de nomes entre os seres humanos constitui uma parte essencial daquilo que concebemos como a nossa identidade, além de desempenhar um papel crucial na comunicação e na distinção.
A nomeação traça uma linha divisória entre os humanos e o resto do reino animal. Essa característica considerada exclusiva da nossa espécie pode mudar a partir de uma nova descoberta graças à inteligência artificial.
De acordo com uma pesquisa recente liderada pela Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, os elefantes, ao vagarem pela savana africana, poderiam manter contato com seus semelhantes emitindo o que poderíamos chamar de seus “nomes” individuais.
Como seria de esperar, a forma como os nomes são atribuídos aos elefantes difere da dos humanos. O novo estudo sugere que se fôssemos um elefante, o nosso “nome” seria mais parecido com um som profundo e estrondoso.
Os pesquisadores descobriram que os elefantes da savana africana emitiam vocalizações específicas para indivíduos dos seus grupos sociais em duas regiões do Quênia: o ecossistema Samburu, a norte, e o Parque Nacional Amboseli, a sul do país.
Entre os dados coletados, foram gravados 625 áudios, sendo 597 deles trocados dentro de grupos familiares. Na investigação, limitaram-se a análise daquelas vocalizações dirigidas a um elefante individual, garantindo assim a identificação do destinatário, ou seja, o “nome” do elefante.
Usando um modelo computacional, os pesquisadores identificaram 114 iniciadores únicos e 119 destinatários únicos dessas chamadas. O uso da inteligência artificial permitiu realmente descobrir em que os elefantes prestam atenção.
Quando alguns dos sons foram tocados para elefantes selvagens, os indivíduos moveram-se mais rapidamente em direção ao som associado ao seu próprio “nome” e também vocalizaram mais rapidamente em resposta.
A comunicação entre animais pode ser qualquer processo no qual a informação é transmitida de um animal para outro, causando uma mudança ou resposta no animal receptor.
Os sistemas sensoriais dos animais variam muito. Por exemplo, o olfato de um cachorro é 40 vezes mais aguçado que o nosso. Devido a esta diversidade sensorial, diferentes animais comunicam-se através de uma ampla gama de estímulos, conhecidos como sinais.