A natureza está sendo deteriorada numa velocidade nunca observada desde o início da humanidade! A extinção da fauna e flora está num ritmo crescente nunca visto antes, isso é o que adverte o relatório lançado pela ONU (Organização das Nações Unidas), feito pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Cientificas para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), baseado na análise de 15 mil materiais de referência e compilado por centenas de cientistas.
A natureza desempenha papel crítico para a humanidade, nos fornecendo alimento, água, energia, medicamentos e outros recursos essenciais. Através de seus processos ecológicos, ela também mantém a qualidade do ar, da água e dos solos que utilizamos, regula o clima e fornece a polinização e controle de pragas naturais que nos ajudam para o desenvolvimento de culturas.
Mais de 75% dos tipos de culturas alimentares globais (como café e cacau) contam com a polinização animal, por exemplo. Os ecossistemas marinhos e terrestres (as florestas) são os únicos sumidouros do carbono emitido pelas atividades antropogênicas, tirando da atmosfera cerca de 5.6 giga toneladas de carbono por ano (o equivalente a cerca de 60% das emissões antrópicas globais).
Porém, a busca cada vez maior por comida, água, energia e materiais está cada vez mais à custa da capacidade da natureza. 75% da superfície da terra já está significantemente alterada, 66% do oceano está sendo afetado e mais de 85% dos pântanos foram perdidos. Cerca de 1 milhão de espécies de animais e vegetais estão ameaçados de extinção nas próximas décadas, a aceleração na taxa global de extinção de espécies já é pelo menos dezenas a centenas de vezes maior que a média dos últimos 10 milhões de anos!
Os principais fatores responsáveis por essa destruição, começando com aqueles que tem maior impacto, são:
A expansão agrícola é a principal forma de mudança no uso da terra, com mais de um terço da superfície terrestre sendo usada para cultivo ou criação de animais. Esta expansão, juntamente com a duplicação das áreas urbana desde 1992, ocorreu principalmente à custa das florestas. 100 milhões de hectares de florestas tropicais foram perdidos de 1980 a 2000, devido principalmente a atividade pecuária da América Latina e as plantações de óleo de palma, principalmente, no sudeste da Ásia.
Desde 1980, as emissões de gases de efeito estufa dobraram, resultando num aumento de pelo menos 0.7°C na temperatura global. Com isso, a frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como enchentes, secas, tempestades severas e incêndios florestais, que aumentaram nos últimos 50 anos. No oceano observamos um aumento global do nível médio do mar, que cresceu de 16 a 21 centímetros desde 1900.
Essas mudanças climáticas têm gerado grandes impactos na biodiversidade do planeta, alterando a distribuição das espécies animais e vegetais e alterando as funções dos ecossistemas. Combinado aos efeitos da mudança do uso da terra e do mar, a superexploração dos recursos naturais e a poluição, os impactos são ainda maiores, principalmente em ecossistemas como os recifes de corais e as regiões polares.