De acordo com os dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desde 1º de janeiro até 26 de agosto foram detectados mais de 85,4 mil focos ativos de queimadas pelo Brasil, número maior que o registrado no mesmo período de 2020, que foi de 80 735 focos.
Desses mais de 85 mil focos, 47 204 focos foram registrados no mês de agosto, ou seja 55% do total desse ano. No quadro de queimadas por estado, esse é o 3º ano seguido que o Amazonas bate recorde no número de queimadas de agosto, desde o início dos registros em 1998. Até o dia 26 foram contabilizados 8 334 focos ativos no estado, acima dos 8 030 focos registrados em todo o mês de agosto de 2020.
Rios voadores levando água em janeiro de 2021, e agora em agosto levando fumaça em meio às queimadas.https://t.co/dP32HsWiaN pic.twitter.com/7afNY1ls7t
— Raoni Rajão (@RajaoPhD) August 24, 2021
Nos últimos dias, devido a forte onda de calor, a falta de chuvas e as condições de estiagem, as queimadas se intensificaram pelo país e emitiram grandes quantidades de poluentes para a atmosfera. O escoamento dos ventos, que durante o período de chuvas é responsável por transportar umidade da região amazônica para o Sul e Sudeste do país, tem transportado toda essa poluição em direção ao Sul e Sudeste, formando um grande corredor de fumaça que atravessa o Brasil.
Esse é o pôr do sol de um local que sofre com queimadas/incêndios.
— A Eng. Florestal do YouTube (@vanecosta10) August 19, 2021
A foto não tem edição. pic.twitter.com/5U8p69Cl8O
Em diversas cidades a fumaça das queimadas, somada à poluição e poeira local, deixaram o céu com um aspecto ‘sujo’ e transformaram o pôr-do-sol e a lua, deixando-os alaranjados ou até vermelho tipo sangue.
Ao analisarmos o total de focos ativos contabilizados em 2021 por região do Brasil, as regiões Nordeste e Sudeste foram as que tiveram aumentos mais significativos comparados ao mesmo período do ano ado, aumentos de 74% e 71%, respectivamente. Essas são as regiões que abrigam os biomas mais atingidos pelo fogo em 2021: a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica!
A Caatinga registrou um aumento de 163% no número de queimadas em relação a 2020, já a Mata Atlântica e o Cerrado registraram aumentos de 30% e 38%, respectivamente. Para a Mata Atlântica, esse foi o mês de agosto com maior número de queimadas desde 2010! Só no estado de São Paulo, foram registrados 2 060 focos em áreas da Mata Atlântica neste ano, sendo que 1 248 ocorreram em agosto.
Nesse ano os biomas brasileiros mais catisgados pelas queimadas são a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica!
— Paola Bueno (@PaolaGBueno) August 28, 2021
O número de focos de #queimadas de 1º janeiro até 26 de agosto no Cerrado é 163% maior que o mesmo período de 2020.
**Informações do Programa de Queimadas do INPE** pic.twitter.com/KnhyJjQTZc
Para a Amazônia o número de queimadas deste ano segue parecido com o do ano ado, com uma ligeira redução de 4%. O Pampa registrou uma redução de 33% e o Pantanal, que sofreu muito com as queimadas em 2020, registrou uma redução de 72%, de acordo com os dados do INPE.
Entretanto, não podemos deixar de lembrar que o Pantanal ainda vive uma situação hídrica muito delicada e a estiagem tem mudado o cenário da região. O principal rio que cruza o Pantanal, o Rio Paraguai, está ando por um acelerado processo de vazante devido a estiagem. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB-RM), o Rio Paraguai enfrenta a sua pior seca desde o início dos registros, iniciado em 1967!