Dorian é o quarto ciclone tropical nomeado na temporada de furacões deste ano, sendo o primeiro a representar uma grande ameaça em parte da costa leste dos Estados Unidos. A origem de Dorian foi uma depressão tropical em meados do dia 23 de agosto ao norte da América do Sul, mais precisamente gerada no eixo do cavado de monção do Atlântico (10°N e 43°O).
Cerca de seis horas depois da sua formação como depressão tropical, o sistema atingiu a categoria de tempestade tropical. A tempestade foi então conduzida para o Caribe através dos ventos alísios, onde em 28 de agosto já ganhou o status de furacão (categoria 1) nas proximidades de Porto Rico. A agem de Dorian em parte do Caribe gerou impactos como quedas de árvores e de postes de energia, além de inundações repentinas. Alguns países tiveram interrupção no fornecimento de água e energia elétrica. Nas Ilhas de Sotavento, uma morte foi reportada.
Rota de Dorian prevista por diversos modelos de furacões. pic.twitter.com/tEk4eK3t80
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No fim da sexta-feira, o furacão Dorian (categoria 3) se intensificou para categoria 4 a nordeste das Bahamas. Desde a sua origem no dia 23 de agosto, os meteorologistas norte-americanos monitoram o sistema e auxiliam as autoridades de Estados como o da Flórida na tomada de decisões. As previsões dos vários modelos numéricos de tempo nos últimos dias estavam mais pessimistas, pois colocavam o furacão fazendo landfall na península da Flórida como categoria 4.
Imagem de satélite do poderoso Furacão #Dorian
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Isso fez com que as autoridades da Flórida orientassem a população a estocar alimentos e medicamentos e a evacuar regiões costeiras que seriam até então golpeadas por Dorian. Mas nas últimas atualizações, a Flórida tem sido mais poupada de um landfall, embora uma aproximação perigosa do sistema na costa leste da península não esteja completamente descartada. Agora, os principais modelos numéricos globais (GFS e ECMWF) estão mais concordantes com a rota do furacão. De acordo com ambos modelos, Dorian fará uma curva para nordeste próximo da Flórida em direção ao litoral das Carolinas do Norte e do Sul.
O “cone de incertezas” do trajeto realizado por Dorian têm relação com os padrões de grande escala. A previsão para a próxima semana é que o furacão se desloque a leste da Flórida entre duas regiões de alta pressão de nível superior, uma sobre os Estados Unidos e a outra sobre o Atlântico Norte. Simultaneamente, um mergulho para sul na corrente de jato pode se instalar na parte oriental dos EUA, na fronteira com o Canadá. Este cenário irá permitir que uma frente fria se propague pelo centro-leste da nação ao encontro de Dorian no litoral das Carolinas do Norte e do Sul, sobretudo em meados do dia 5 de setembro.
Potencial setup para a chegada do Furacão Dorian na costa leste dos EUA nos próximos dias. pic.twitter.com/I553nVebkr
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Caso o cenário mencionado acima se confirme, a região de baixa pressão associada ao sistema frontal pode interagir com a região de baixa do furacão, de forma a induzir o seu deslocamento para nordeste ao longo da costa (enquanto realiza sua transição para ciclone extratropical). Deste modo, a região e a intensidade em que o jato se projetar para o sul terá um papel fundamental para a rota futura da tempestade.
Neste domingo (01), Dorian afetará parte das Bahamas antes de se dirigir para as águas do Atlântico ao leste da Flórida. Todas as informações da previsão do furacão neste artigo estão sujeitas a atualizações ao longo dos próximos dias. Interessados no assunto precisam acompanhar as constantes atualizações aqui no tempo.com.